segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Seca record em rios do Amazonas

7 OPINIÕES

O Rio Negro, que banha Manaus, estava na última sexta-feira (10) sete centímetros abaixo do registrado na mesma data em 1963, ano da maior seca da história. No dia 10 de setembro daquele ano, a cota do rio era de 20,33 metros ante 20,26 metros de sexta-feira. Os dados são do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Na seca de 1963, o Rio Negro atingiu em outubro, pico da estiagem, a marca de 13,64 metros.

O Rio Solimões, que banha a maior parte dos municípios do interior, está em nível ainda mais crítico. No dia 9, atingiu 32 centímetros negativos, ou seja, abaixo do zero da régua - medição menor do que o pico recorde registrado em 2005. O ano registrou a maior vazante do Solimões já aferida pelo CPRM. Em 2005, no pico da estiagem, verificado na primeira quinzena de outubro, a régua marcou dois centímetros positivos.

Os problemas que já acometem o interior, como isolamento de comunidades e barcos impedidos de atracar nos portos, começam a dar sinais também na capital. Há leitos de igarapés secos bem no meio de Manaus, como o igarapé do Quarenta, que corta a capital.

O prefeito do município de Itamarati (a 980 quilômetros de Manaus), João Campelo, também vice-presidente da Associação Amazonense dos Municípios (AAM), afirmou que as plantações de vegetais e frutas de solo, como as de melancia e mandioca, estão destruídas. "Como se não bastassem os problemas de agora, ainda há o do futuro: como sobreviver."

Todos os municípios do Amazonas dependem de energia de termelétricas e já há cidades com estoque crítico de combustível. "As balsas que transportam combustível estão levando menos da metade para fugir do encalhe e pelo menos Itamarati, Tabatinga e Envira têm combustível para no máximo 15 dias", disse Campelo. Seis cidades decretaram estado de emergência, todos na calha do Solimões e Juruá: Tabatinga, Benjamim Constant, Atalaia do Norte, Itamarati, Ipixuna e Guajará.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A trilha de sangue do Marfim

3 OPINIÕES

"A brutal matança de elefantes africanos para retirada de marfim está pior agora que na década de 80. Novas ferramentas de investigação forense, baseadas na análise de DNA, podem denunciar os grupos criminosos por trás desse comércio violento"

A caça ilegal desmedida no período entre 1979 e 1989 reduziu a população de elefantes em toda a África de 1,3 milhão para menos que 600 mil animais, uma perda de 7,4% por ano. Vamos rapidamente para 2006, e o comércio ilegal de marfim já subiu novamente a patamares inesperados. Entre agosto de 2005 e agosto de 2006, as autoridades confiscaram mais de 25 toneladas de marfim. A alfândega calcula, em geral, que uma taxa de confisco de contrabando de 10% para “produtos em geral” é bem-sucedida, portanto os autores calculam que mais de 250 toneladas de marfim foram contrabandeadas naquele ano. Usando a estimativa comumente aceita de 6,6 kg de marfim por elefante, concluíram que 38 mil elefantes – 8% da população total do paquiderme em toda a África – vêm sendo dizimados anualmente.

E MAIS:

O tráfico ilegal de animais e plantas silvestres de várias espécies e de seus produtos vem proliferando em todo o mundo, excedendo de longe a capacidade de monitoramento e de coação. Estudos sérios de fontes diversas indicam que o comércio ilegal de espécies silvestres pode ser calculado em dezenas de bilhões de dólares, anualmente. A liberalização do comércio global tem ajudado a abrir o mercado para produtos ilegais de animais selvagens, assim como a tecnologia: pesquisas recentes indicam quantidades significativas de marfim de origem duvidosa sendo oferecido para venda na internet.

O considerável comércio legal de espécimes silvestres raros – mais de 100 milhões de espécies raras são compradas e vendidas todos os anos sob controle do Cites – que também oferece a conduta ideal em relação ao comércio ilegal. Quanto ao marfim, está ficando claro que as organizações criminosas estão por trás de grande parte dele. Nos últimos anos, as autoridades fizeram uma série de batidas enormes e desconcertantes, confiscando 55 mil peles de répteis na Índia, 19 mil barbatanas de tubarão-raposa no Equador, 23 toneladas de pangolins na Ásia, três mil xales shahtoosh tibetanos de, pelo menos, 12 mil antílopes na Índia e 2 mil tartarugas-estrela-indianas também na Índia.

Fonte: Wasser, S.K. A trilha de sangue do marfim. Scientific America. Disponível em: http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/a_trilha_de_sangue_do_marfim_2.html. Acessado em: jul. 2009.

 
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