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terça-feira, 23 de setembro de 2008

Recuperação e controle de erosões lineares

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Uma das soluções para recuperações de erosões lineares é a instalação de barramentos transversais ao eixo longitudinal da erosão onde utiliza-se, basicamente, elementos estruturais de madeira, tela metálica e geotextil. É utilizado para controle e recuperação definitivo de erosões e consiste na diminuição da produção e barramento de sedimentos. Como vantagens têm a simplicidade de execução, baixo custo e possibilidade de se obter estruturas compatíveis com a carga de sedimentos a ser contido, permitindo assim a execução em etapas de acordo com a produção de sedimentos a montante e a estabilização dos taludes laterais da erosão.


Este método consiste na combinação de muros de arrimo em solo reforçado com geotextil para a contenção de encostas (Figura 1) com a construção de uma série de barragens de assoreamento ao longo do talvegue com os devidos sistemas de drenagem para evitar possíveis transbordamentos. Com o assoreamento de um dos barramentos, os sedimentos que passam pela barragem assoreada serão retidos em outra e assim sucessivamente, diminuindo a declividade da erosão ao mesmo tempo e que permite a ascensão de fundo. Outro fator a ser considerado é a presença do lençol freático que, caso apresente insurgência, faz-se necessário a execução de drenos de fundos ao longo da voçoroca.

Figura 1 - Barragem de arrimo reforçada com geotextil para retenção de sedimentos (CARVALHO, 2006)

A Figura 2 apresenta o primeiro estágio: a execução de três barramentos com as hastes sendo utilizadas parcialmente. A tela metálica e o geotêxtil são colocados numa determinada altura das hastes para que o sedimento produzido a montante possa ser acumulado no barramento 1 e o excedente passe para o barramento 2 e assim sucessivamente. A fixação da tela metálica e do geotextil poderá ser feita com arame recozido ou galvanizado na tela metálica e com pinos metálicos na base e laterais da erosão em contato com o solo tomando-se o cuidado de não danificar o geotêxtil com as perfurações realizadas. Além do geotêxtil colocado a montante, há necessidade de colocá-lo também no pé do barramento na face a jusante do ultimo barramento, como proteção contra o efeito erosivo gerado pelo transbordamento.

Figura 2 - Esquema longitudinal da barragem para retenção de sedimentos (CARVALHO, 2006)


Num segundo estágio, depois do assoreamento dos barramentos, o sedimento acumulado no barramento 3 aumenta a estabilidade do barramento 2, e o produzido no 2 aumenta a estabilidade do barramento 1. Isso ocorre devido ao esforço contrário que a carga de sedimento acumulado no barramento seqüente exerce no anterior. A seguir, pode-se partir para o ultimo estágio que é o aumento de altura do geotêxtil nos barramentos até se atingir o nivel natural do solo, e se necessário, incremento de novos barramentos a jusante, com o objetivo de aumentar a estabilidade global do sistema.

Cabe ressaltar que no caso das erosões laminares, a recuperação da perda de solo é impraticável, pois as áreas são geralmente grandes, os pontos de deposição dos sedimentos distantes e a formação do solo extremamente lenta, sendo mais efetivas as ações preventivas em áreas próximas e medidas de estabilização.

Fonte: CARVALHO, J. C. Processos erosivos no centro-oeste Brasileiro. Brasília: Universidade de Brasília: FINATEC, 2006

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domingo, 31 de agosto de 2008

Processos Erosivos

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O termo erosão provém do latin (erodere) e significa corroer. Nos estudos ligados às Ciências da Terra, o termo é aplicado aos processos de desgaste da superfície terrestre (solo ou rocha) pela ação da água, vento, gelo e de organismos vivos, além da ação do homem. O processo erosivo depende de fatores externos, como o potencial de erosividade da chuva, as condições de infiltração, escoamento superficial, declividade e comprimento do talude ou encosta e desagregabilidade e erodibilidade do solo. A evolução da erosão ao longo do tempo depende de fatores como as características geológicas e geomorfologicas do local, presença de trincas de origem tectônica e evolução físico-quimica e mineralógica do solo (Carvalho, 2006).

A erosividade da chuva e a erodibilidade do solo são dois importantes fatores físicos que afetam a magnitude da erosão do solo. Mesmo que a chuva, a declividade do terreno e a cobertura vegetal sejam as mesmas, alguns solos são mais susceptíveis ao destacamento e ao transporte de partículas pelos agentes de erosão que outros. Esta propriedade é conhecida como erodibilidade e é definida como a facilidade com que partículas são destacadas, transportadas e sua capacidade de resistir aos processos erosivos que dependem, não somente das características do solo, mas também de fatores como ciclos de umidecimento e secagem, além da composição química da água. A erosividade é a expressão da habilidade dos agentes erosivos no destacamento e transporte do solo, ou seja, o fator ou capacidade dos diferentes agentes geológicos (chuva, gelo, vento, rios ou mares) em promover a erosão de um determinado tipo de solo ou terreno geológico (Winge, 2008 e Araújo, Filho 2008).


Erosão natural ou geológica


Os processos erosivos constituem-se numa forma natural de modelagem do relevo e atuam de modo conjugado aos processos pedogenéticos. A erosão natural ou geológica atua, de maneira geral, equilibradamente, havendo certa equivalência entre a quantidade de solo erodida e de solo produzida. Já a erosão antrópica esta diretamente ligada aos fatores de ocupação e uso do solo que causam alterações nas paisagens. Grande parte dos processos erosivos ocorrem de modo direto e previsível, como conseqüência da intervenção antrópica no meio ambiente. São exemplos dessa situação no meio rural, o plantio e manejo do solo de modo inapropriado, como a não observância de curvas de nível ou o desmatamento de matas ciliares. Em meio urbano, tem-se a impermeabilização de superfícies com concentração de fluxo superficial e lançamento inapropriado de drenagens de águas pluviais (Carvalho et al, 2001 e Carvalho, 2006).

Erosão antrópica

Por: Portal Brasil Ambiental

Fonte:

ARAUJO FILHO, J. O. Erodibilidade. Disponível em: Acessado em : Maio, 2008

CARVALHO, J. C. , LIMA, M. C. & MORTARI, D. Considerações sobre controle e prevenção de voçorocas. 7º Simpósio Nacional de Controle de Erosão, ABGE, Goiânia, GO, 2001

CARVALHO, J. C. Processos erosivos no centro-oeste Brasileiro. Brasília: Universidade de Brasília: FINATEC, 2006

WINGE, M. Erosividade. Disponível em: Acessado em: Maio, 2008


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sábado, 23 de agosto de 2008

Métodos de recuperação de áreas degradadas

3 OPINIÕES

Para o sucesso na recuperação de áreas degradadas é necessário encontrar e utilizar princípios ecológicos e silviculturais. Busca-se então, por meio do conhecimento científico, métodos eficazes de melhorar e nortear os modelos de recuperação (Fonseca et al. 2001). Dentre estes conhecimentos encontram-se a florística; a fotointerpretação; a fitossociologia com estrutura e dinâmica de populações, a auto-ecologia e biologia das espécies; assim como aspectos silviculturais por meio de coleta de sementes, produção de mudas e procedimentos adequados em plantios (Fonseca et al. 2001; Gonzalves et al. 2005). Dentre os modelos utilizados na recuperação em formações florestais tropicais podemos citar:

Plantio ao acaso: utiliza espécies sem seguir uma ordem ou um arranjo pré-estabelecido. Segue o pressuposto que as diferentes espécies, basicamente intermediárias em processos sucessionais que liberam propágulos ao acaso (Kageyama & Gandara 2004).

Plantio heterogêneo: utiliza espécies nativas da fisionomia original das áreas remanescentes com um plantio heterogêneo, proporcionando uma estruturação de novo ambiente mais próximo do natural. Assim, obtêm-se uma continuidade das funções específicas das espécies da comunidade.

Sucessão ecológica: busca aliar espécies pioneiras sombreadoras às espécies dos estágios mais finais de sucessão (clímax). Este sombreamento ocorre de acordo com o arranjo de plantio utilizado. O qual pode ser em Módulos onde uma planta “base central”, dos grupos finais de sucessão, fica circundada por quatro ou mais plantas pioneiras ou em Linhas com a alternância de espécies pioneiras e não pioneiras na mesma linha (Kageyama & Gandara 2004).

Transposição de solo: pequenas porções da camada superficial do horizonte orgânico do solo (5 cm de solo) de áreas com sucessão mais avançada, pois apresenta grandes probabilidades de recolonização da área por microorganismos, sementes, propágulos de espécies vegetais pioneiras e espécies da micro, meso e macro fauna/flora do solo.

Poleiros artificiais: imitam galhos secos de árvores para pouso de aves, repouso ou forrageamento de sementes. Pode ser confeccionado com diversos materiais, como por exemplo, restos de madeira ou bambu. Devem apresentar ramificações terminais onde as aves possam pousar.

Enleiramento de galharia: os resíduos florestais como galhos, tocos e caules de rebrotas formam pilhas distribuídas em leiras com alturas variadas de 0,3 a 0,5 funcionando como um atrativo de fauna e zoodispersores, além de contribuir com recomposição do substrato do solo. (Reis et al. 2003; Bechara 2006).

Semeadura direta ou hidrossemeadura: utiliza coquetéis de gramíneas perenes e leguminosas que rapidamente fornecem cobertura ao solo. Devem ser utilizadas espécies nativas típicas do ecossistema a ser restaurado, promotoras da sucessão ambiental e evitar espécies exóticas agressivas que inibem a sucessão.

Ilhas de diversidade: são áreas pequenas, com diferentes densidades e diversidades de espécies arbóreas úteis para atrair dispersores de sementes das espécies presentes nas ilhas, assim como para trazer propágulos de outras espécies de áreas florestais remanescentes. Possibilitam a recolonização por diversas espécies e o restabelecimento do fluxo gênico e a conectividade entre as populações arbóreas.



Figura 1 - A -transposição de solo, B - enleiramento de galharia, C - poleiro artificial, D - ilhas de diversidade

Por: Portal Brasil Ambiental

Referencias Bibliográficas:

Bechara, F.C. 2006. Unidades Demonstrativas de Restauração Ecológica através de Técnicas Nucleadoras: Floresta Estacional Semidecidual, Cerrado e Restinga. Tese (Recursos Florestais). Piracicaba: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 249p.

Fonseca, C.E.L.; Ribeiro, J.F.; Souza, C.C.; Rezende, R.P.; Balbino, V.K. 2001. Recuperação da vegetação de Matas de Galeria: estudos de caso no Distrito Federal e entorno. Pp. 815-867.In: J.F. Ribeiro, C.E.L. Fonseca & J.C. Souza Silva (Org.). Cerrado: caracterização e recuperação de Matas de Galeria. Planaltina: Embrapa – CPAC

Gonçalves, R. M. G.; Giannotti, E.; Giannotti, J.G. Silva, A.A. 2005. Aplicação de modelo de revegetação em áreas degradadas, visando à restauração ecológica da microbacia do córrego da Fazenda Itaqui, no Município de Santa Gertrudes, SP. Revista do Instituto Florestal 17 (1):73-95.

Kageyama, P.Y. Gandara, F.B. 2004. Recuperação de áreas ciliares. Pp. 249-270. In: R.R Rodrigues & H. F. L. Filho (eds). Matas Ciliares: conservação e recuperação. São Paulo USP/FAPESP

Reis, A.; Bechara, F.C., Espíndola, M.; Vieira, N.K.; Souza, L.L. 2003. Restauração de áreas degradadas: a nucleação como base para incrementar os processos sucessionais. Natureza & Conservação (1): 28-36.

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sábado, 17 de maio de 2008

Recuperação de Áreas Degradas: Perspectivas

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A intensificação das atividades humanas como a mineração, desmatamento, agricultura e pecuária tem pressionado os ecossistemas inseridos e limítrofes à essas áreas de tal forma que vieram a influenciar na integridade funcional ecossistêmica, inviabilizando os processos de sucessão ecológica e a regeneração natural da vegetação. Essas áreas, ditas como degradadas, que em muitos casos, perdem, não somente suas árvores de grande porte, mas também, a total cobertura vegetal, podem se tornar problemas muito mais graves.

O solo exposto a ações da chuva fica susceptível à processos de erosão e lixiviação que poderão causar mudanças na paisagem local através do estabelecimento de ravinas e voçorocas e em paisagens e ecossistemas vizinhos através da receptação e deposição de solo e nutrientes oriundos da área degradada.

Dessa forma, fica evidente a busca por novas técnicas de recuperação, reabilitação e restauração de áreas degradadas que visem a estabilização dos processos erosivos, a recomposição do substrato e o re-estabelecimento das interações fauna-flora que sejam condizentes com a fitofisionomia a qual está inserida. A recuperação de fragmentos florestais degradados tem importante papel na conservação da biodiversidade, pois uma vez protegidos, recuperados e interligados através de corredores ecológicos e matas de galeria podem formar uma extensa área de vegetação nativa.

A discussão destas técnicas convergem para o ponto de que um projeto de restauração bem sucedido não deve-se concentrar somente no plantio de árvores de grande porte, mas sim, em buscar facilitar os processos naturais de revegetação (gatilhos ecológicos) e a integração destes com organismos não árvores e não vegetais. Estudos recentes buscam a introdução de espécies nativas que atraem a fauna, serrapilheiras retiradas de áreas vizinhas que contem sementes, microorganismos, nutrientes e a diversidade da microfauna. Outra técnica consiste na instalação de objetos que venham trazer zoodispersores à área degradada como a instalação de poleiros artificiais e abrigos de fauna, funcionando como trampolim ecológico trazendo animais e sementes de florestas próximas.

Outro fator que se torna unânime na opinião dos pesquisadores da área é a importância econômica na facilitação da participação e inclusão social nos projetos. Modelos de menores custos que possibilitem, como contrapartida, a obtenção de algum beneficio para o produtor que implanta um projeto de restauração torna-se fundamental para incentivar tais medidas. Sistemas agroflorestais, corte seletivo de madeira e certificações em seqüestro de carbono são algumas opções. Para o cerrado a cobertura do solo pode ser feita com o amendoim do cerrado e leguminosos que são comercializadas no mercado. Na Mata Atlântica consórcios que associam espécies nativas com produtos plantados (feijão, milho, amendoim, mandioca e batata-doce) entre os sistemas florestais vem dando bons resultados na relação preservação, recuperação e inclusão socioeconômica.

Um interessante exemplo relacionado ao incentivo à preservação das reservas legais em áreas de agricultura vem através utilização da certificação de créditos de carbono e a posterior exploração sustentável da madeira ou até de espécies silviculturais, após o vencimento do período de creditação. Embora possa se torna uma alternativa para aqueles que decidem pela preservação das reservas legais a creditação de carbono ainda necessita de estudos e definição de políticas para sua execução além de ser necessário grandes áreas, ou a junção de diversas, para que este se torne lucrativo aos produtores rurais.

Diversas experiências, algumas bem sucedidas e outras não, foram realizadas com o intuito da restauração de áreas degradadas mostrando-nos que esta área da ciência ainda se encontra em processo de construção e constante adaptação. Devido a diversidade de variáveis e a complexidade existente nos diversos ecossistemas, solos, climas e geomorfologia característicos de cada fitofisionomia pertencentes a um determinado bioma, assim como, os diferentes tipos de impactos ambientais que geram distintas áreas degradadas torna-se claro que para caso faz necessário um estudo detalhado das fragilidades e potencialidades locais para que um projeto seja bem sucedido. Dessa forma, não pode-se criar um modelo generalista de recuperação de áreas degradadas pois cada bioma e suas diversas fitofisionomias apresentam características peculiares à área e há diferentes interesses para posterior utilização da área recuperada.

Por: Portal Brasil Ambiental
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