quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Introdução à Biorremediação I

Remediar é [...] atenuar com remédio o mal, reparar, corrigir, evitar, obstar, prevenir, minorar, atenuar [...]. Sendo assim, a biorremediação, em sentido amplo, pode ser entendida como uma tecnologia que visa a prevenção e minimização de impactos antrópicos negativos e a restauração de habitats naturais contaminados utilizando agentes biológicos, ou seja, realizar o controle de poluentes por meio do uso de processos biológicos. Para fins deste postagem, será considerada a definição que estabelece a biorremediação como a utilização de microorganismos na detoxificação, degradação, redução, eliminação e transformação de poluentes presentes em solos, sedimentos, água e ar.

Os microorganismos que são encontrados naturalmente em ambientes contaminados são geralmente bem adaptados para sobreviver na presença de contaminantes e em condições anômalas de temperatura e pH. Esses microorganismos nativos apresentam potencial na aplicação da remediação de poluentes, pois se um grupo de microrganismos consegue proliferar num ambiente contaminado, existe uma grande chance que possua um sistema que lhe permita interagir com as espécies químicas existentes. Consórcios de microorganismos podem ser extraídos destes lugares, adaptados a um contaminante específico e finalmente utilizados na sua detoxificação.

Uma das técnicas mais utilizadas e conhecidas que empregam microorganismos no tratamento de poluentes está relacionada com a degradação da matéria orgânica utilizando bactérias. Um biodigestor anaeróbico de lodo é projetado para favorecer o crescimento de bactérias anaeróbicas, especialmente as que produzem CH4 (metano), que diminuem os sólidos orgânicos degradando-os em substâncias solúveis e gases. Já as lagoas de oxidação e sistemas de lodo ativado utilizam bactérias aeróbicas na decomposição da matéria orgânica gerando, principalmente, CO2. Na compostagem são utilizadas bactérias termofílicas e mesofílicas na degradação do composto transformando-o, geralmente, em um material semelhante ao húmus.

São inúmeras as aplicações de microorganismos na biodegradação de poluentes. A biodegradação do solvente clorado tricloroetileno (TCE) pode ser realizada utilizando um sistema de biofilmes contendo uma mistura de bactérias oxidantes juntamente com uma fonte primaria de carbono como o tolueno. A degradação de metanos bromados pode ser realizada utilizando a bactéria marinha M. pyrífera. A degradação parcial da molécula do herbicida atrazina pode ser realizada por bactérias do gênero Rhodococcus, Nocardia, Bacillus e principalmente Pseudomonas, um gênero bastante versátil também com habilidade para degradar o herbicida 2,4-D.

Um dos sucessos mais promissores da biorremediação na degradação de poluentes ocorreu no Alaska, após o vazamento do petroleiro Exxon Valdez. Várias bactérias de ocorrência natural do gênero Pseudomonas, existentes no local do vazamento, são capazes de degradar lentamente o petróleo para suas necessidades de carbono e energia. Para acelerar o processo de degradação foram derramados fertilizantes vegetais ricos em nitrogênio e fósforo aumentando o número de bactérias e, por conseqüência, a taxa de degradação, livrando as praias do óleo.

Além disso, os microorganismos podem ser utilizados no tratamento de meios contaminados com metais. Infelizmente, os metais não podem ser biodegradados, mas os microorganismos podem interagir com eles adsorvendo-os à parede celular ou transformando-os de uma forma química para outra mudando seu estado de oxidação através da adição ou remoção de elétrons (redução e oxidação). Os principais mecanismos relacionados são a biossorção e biotransformação (biolixiviação e biorredução) de metais.

Por: Portal Brasil Ambiental

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2 comentários:

Anônimo disse...

Muito boa a matéria.

Anônimo disse...

Muito boa a matéria.

 
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