domingo, 2 de novembro de 2008

Descoberta a maior caverna de cristais

Os maiores cristais de gipsita (sulfato hidratado de cálcio), conhecidos como selenita, que existem no mundo se encontram em uma caverna bem abaixo do deserto mexicano de Chihuahua, no norte do país. Feitos de selenita, uma forma transparente e sem cor de gipsita, esses gigantes atingiram proporções surpreendentes - vários deles ultrapassam os dez metros de comprimento. O maior deles mede 11,4 metros!


Figura 1 - Vigas sólidas de selenita cercam os exploradores na Caverna dos Cristais, no México, sob o deserto de Chihuahua.

A descoberta fascinante da Caverna dos Cristais, como o lugar é chamado, foi feita por dois mineradores que escavavam um túnel de exploração dentro da mina de Naica, quase 300 metros abaixo da superfície. De propriedade da empresa Peñoles, a Naica é a mina de chumbo mais produtiva do México. Outras cavernas, com cristais menores, foram encontradas na mina, a partir de 1910, quando a Caverna das Espadas foi descoberta à profundidade de 120 metros. Ao saber da existência da caverna, cientistas do mundo todo quiseram descobrir por que os cristais ficaram tão grandes. A resposta repousa nas condições ambientais raras em que eles s desenvolveram.

Durante cerca de 600 mil anos, água rica em minerais penetrou na caverna, depositando moléculas de sulfato de cálcio como se fossem tijolos empilhados. No início, uma intrusão de magma abaixo da superfície superaqueceu a água. Então, mais ou menos há meio milhão de anos, a temperatura da água caiu para cerca de 58ºC, a temperatura adequada para que o sulfato de cálcio na água formar cristais de selenita. As condições na caverna cheia de água permaneceram praticamente imutáveis durante centenas de milhares de anos, assim permitindo que os cristais alcançassem tamanho surpreendente.


Figura 2 - Cristais espessos e em blocos forram o interior da caverna chamada Boca do Tubarão.

Em 1985, mineiros drenaram a caverna sem querer, ao rebaixar o lençol freático na mina por bombeamento. Não mais imersos na água, os cristais param de crescer - mas poderiam retomar seu crescimento se a água tomasse o local mais uma vez. Por enquanto, a caverna está protegida pela empresa com uma porta pesada de aço para protegê-la de saqueadores e de danos ambientais causados pelo sistema de ventilação da mina. Poucas pessoas têm permissão de entrar na caverna por dois motivos importantes. Primeiro, o lugar é excessivamente quente e úmido, e as pessoas que entram sem roupas refrigeradas especiais correr o risco de morrer de ataque cardíaco. Em segundo, porque a gipsita é tão mole (tem dureza 2 na escala de Mohs) que pode ser facilmente danificada por ferramentas e botas - e até mesmo uma unha.

Fonte: National Geographic. Palácio de Cristais. Disponível em: http://viajeaqui.abril.com.br/ng/materias/ng_materia_392247.shtml. Acessado em: 02 nov. 2008

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